DJ a mais de dez anos, Sérgio Martins não se caracteriza por outra coisa a não ser um elo entre duas culturas musicais que estão presentes em todo o mundo, dois gêneros com os quais tem grande identificação e que em sua opinião não divergem, são eles: o RAP e o Reggae.
Essas duas expressões de massa estão ligadas histórica e tecnicamente por muitas pessoas que nelas transitaram e influenciaram gerações, entre elas podem ser citados com ênfase os DJs Kool Herc e Macka B., grupos como Heavy D. e Boogie Down Productions e bandas como Black Uhuru e Steel Pulse, entre muitos outros nomes.
Sérgio iniciou seus trabalhos como DJ em 1999, entre grupos de RAP, discotecando em diferentes eventos restritos ao Hip Hop, porém, sempre buscou uma aproximação de suas referências iniciais com a música popular da terra natal de Bob Marley, um de seus artistas favoritos e aos poucos foi descobrindo maneiras de mesclar as diferentes tendências que daí descendem ou se inspiram. Isso evidentemente culminou em um hábito pela pesquisa e a apreciação pelo Dub, Dance Hall, Jungle e até mesmo o Mangue Beat, que no Brasil talvez seja onde melhor os músicos se apropriaram das linguagens inerentes a estes estilos.
Esse universo cultural que Sérgio se empenha em habitar foi o que o propiciou ainda nos anos 90 colaborar com a criação do já não mais existente grupo "Coligação Gueto Ragga".
Como DJ sempre considerou importante a utilização das técnicas dos primórdios das Block Parties (as festas que fundaram o Hip Hop em Nova Iorque), mesmo que estas sejam mais difíceis frente ao Reggae, pois, entende que o que era feito pelos “Selectahs jamaicanos” era uma espécie de “forma escassa de discotecagem”, mais tarde comprometida pelas colaborações complexas de Afrika Bambaataa, Grand Master Flash, Grand Wizard Theodore, Jam Master Jay, entre outros, que deram novos rumos a função de DJ. Levando isso em conta, Sérgio é capaz de não desapontar nem o fãs radicais de RAP, nem os regueiros mais conservadores e não se permite o rótulo de Selectah - um conceito que considera ser usado atualmente muitas vezes para desobviar a atenção do público, de maneira que as pessoas não exijam uma boa mixagem por parte de quem faz a discotecagem, Sound System ou qualquer outro nome que queiram dar.
Em 2008 fundou com seu grande amigo DJ Gusta o projeto “Outros Brasis Crew”, em que mesclam a tradicional discotecagem ao “Turntablism” (atletismo dos toca-discos, modalidade mais performática) e que lhes propicia realizarem trabalhos mais
experimentais.
Apresentou-se em casas e eventos como Blen Blen, Sarajevo Club, Kclub, Hip Hop em Festa, entre outros e também acumula a experiência de ter ministrado aulas em projetos como “Arte em Movimento”, “Hip Hop e Direito na Escola” e “TIM Música nas Escolas”.
